Tecnologias e manejos de conservação do solo e da água para minimizar a erosão do solo e as perdas de água e nutrientes

André Müllich

A água das chuvas é essencial para a agricultura, pois auxilia as plantas em seus processos vitais e permite que as culturas alcancem seu máximo potencial produtivo. No entanto, a ocorrência de elevados volumes de chuvas em curto período de tempo, como tem ocorrido com frequência no estado do Rio Grande do Sul, desde o final do mês de abril, pode prejudicar as culturas e áreas agrícolas, de diferentes formas. Este texto tem como objetivo descrever os possíveis prejuízos causados pelo excesso de chuvas nos solos agrícolas e como a Agricultura de Precisão e Digital podem auxiliar na redução desses prejuízos.



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Apesar das técnicas de cultivo agrícola, como o sistema de plantio direto, por exemplo, terem evoluído muito, no sentido da realização de manejos conservacionistas, em muitas situações ocorrem processos prejudiciais ao solo, motivados pelo excesso de chuvas. 


O grau de ocorrência desses prejuízos é variável, em decorrência, principalmente, do tipo de solo, da topografia da área e da quantidade e tipo de cobertura presente. Os principais prejuízos se apresentam na forma de erosões, perdas de nutrientes, sedimentação, compactação e piora da estrutura do solo em geral.


Como consequência disso, em alguns casos, tem-se o assoreamento de rios. Além disso, esse conjunto de danos compromete a qualidade dos solos e, consequentemente, reduz a produtividade das culturas, que possuem o solo como a sua principal fonte de água e nutrientes.


Para reduzir os impactos do excesso de chuvas nas áreas agrícolas, o não revolvimento do solo e a manutenção da cobertura vegetal sobre ele no ano inteiro, são primordiais, pois, dessa forma, evita-se que as gotas da chuva tenham impacto direto sobre a superfície do solo. 


Além desses manejos, práticas mecânicas de conservação do solo, aliadas ao emprego de tecnologias da Agricultura de Precisão e Digital, permitem a implantação de estruturas que irão minimizar os impactos que a água das chuvas poderão causar ao solo, como é o caso da construção de terraços e de mulchings verticais.


Essas duas técnicas podem ser colocadas em prática, a partir do uso de softwares específicos de Agricultura de Precisão e Digital, que permitem planejar, no escritório, o trajeto que as máquinas deverão percorrer no campo. Em ambos os casos, é necessária a realização de levantamento altimétrico do terreno, pois, dessa forma, serão conhecidos os locais que possuem maior e menor declividade.

 
O mulching vertical é uma espécie de sulco/valeta que é aberto com o auxílio de um implemento agrícola denominado de valetadeira, no sentido perpendicular ao da declividade do terreno. Esse sulco, preferencialmente, deve ser preenchido com palha ou outro material orgânico. Com isso, estimula-se a infiltração de água no solo, reduzindo sua velocidade de escoamento, evitando-se, assim, o surgimento de erosões.

 
Os terraços podem ser construídos em nível ou com leve desnível. Quando construídos em nível, os terraços também são feitos no sentido perpendicular ao da declividade do terreno, também com função de reduzir a velocidade de escorrimento da água das chuvas, evitar a ocorrência de erosões e contribuir para a infiltração da água dentro da lavoura, para que seja aproveitada pelas plantas. 


Quando são construídos com leve desnível, os terraços também possuem a função de reduzir a velocidade da água das chuvas e, ao mesmo tempo, direcionar ela para um local seguro, onde irá escoar lentamente, sem causar erosão.

 
A adoção destas práticas (mulching vertical e terraços) são fundamentais para o manejo conservacionista das áreas agrícolas, por aumentar a infiltração de água no solo e reduzir a velocidade da enxurrada, podendo contribuir, quando adotados em larga escala, para redução dos impactos causados pelos eventos de chuvas extremas, como os que foram observados nestas últimas semanas.

 
A Farm 360 é uma empresa incubada no parque tecnológico da UFSM (INOVATEC) e trabalha com o emprego das tecnologias da Agricultura de Precisão e Digital, visando assegurar uma agricultura moderna e, ao mesmo tempo, sustentável. No momento a empresa tem atuação nos municípios de Santa Maria, Dilermando de Aguiar, Sobradinho, Cacequi e Santo Ângelo.

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